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Tristeza ou depressão?

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A depressão é considerada atualmente uma doença crônica, em 20% dos casos, que acomete homens e mulheres, com início geralmente antes dos 30 anos de idade. No Brasil, de 15 a 25% das pessoas apresentam ou apresentaram ao menos um episódio depressivo ao longo da vida.
Infelizmente este transtorno mental pode ser visto, inclusive em bebês, mas é uma condição rara nesta faixa etária. Por isso é tão importante o bom vínculo pais-bebê, para o não desenvolvimento da chamada depressão anaclítica.

O transtorno depressivo maior, portanto, acomete crianças, adolescentes, adultos e idosos, sendo mais comum no sexo feminino, em uma proporção de 3:1. Os sintomas na infância e adolescência são praticamente os mesmos vistos na vida adulta, a diferença básica é que em crianças e adolescentes não há necessariamente a presença do humor deprimido, pode ser o humor irritável.

É importante frisar que é uma condição natural do ser humano apresentar momentos de tristeza, assim como de alegria. Porém, essa tristeza não pode ser confundida com a Depressão, já que está é considerada uma doença, em que há humor deprimido, com duração de mais de duas semanas, na maior parte do dia, em quase todos os dias, além de causar prejuízos no funcionamento do indivíduo (escolar/acadêmico, social e relacionado ao trabalho).

Podem-se encontrar as seguintes características: tristeza e/ou irritabilidade, choro fácil, desânimo, cansaço ou fadiga, isolamento social, ausência de prazer em atividades que antes lhe eram prazerosas, insegurança, indecisão, desesperança (a pessoa tem a crença de que nunca mais aquele sofrimento irá desaparecer), ideação suicida, alterações no sono (insônia ou sonolência excessiva) e no apetite (diminuição ou aumento), sentimentos de culpa, pessimismo, dificuldade de concentração.
Dependendo da intensidade dos sintomas, ela pode ser classificada como leve, moderada ou grave. As causas não são bem estabelecidas, podem ser genéticas, ambientais ou resultantes da interação gene-ambiente. Sabe-se que há alteração da química cerebral (neurotransmissores, como serotonina, noradrenalina e dopamina).

A depressão pode ser resultante de alguma situação (fator estressor) ou sem motivo aparente (endógena) e é comum a associação com algum transtorno de ansiedade.
Existem muitas pessoas que ainda apresentam resistência em buscar tratamento para transtornos mentais, e isso é mais evidente em homens. É de fundamental importância enfrentar o preconceito e buscar ajuda médica e psicológica.

Portanto, se você percebe em si ou em alguém ao seu redor características (sinais e sintomas), descritas anteriormente, não deixe de buscar ou orientar que se busque ajuda de um médico psiquiatra e de um psicólogo. Muitos estudos mostram que a associação de medicamentos antidepressivos com a psicoterapia apresenta melhores resultados.

Não permita que o “pré-conceito” o impeça de buscar assistência pelo profissional de saúde mental adequado. O sofrimento pode ser aliviado ou mesmo curado. Então, “loucura” seria sentir tamanha angústia e não buscar ajuda médica.

Dr. Estácio Amaro
Psiquiatra de crianças, adolescentes e adultos
Membro titular da Associação Brasileira de Psiquiatria
Mestre em Psiquiatria pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul

 

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